Já que não se pode, vamos ao que se pode...
Escolhas, sempre as escolhas. E - no meu caso, quase sempre -
sem ajuda de nenhuma espécie, a não ser do que vem de dentro de mim, do que
existe em mim. O que explica as escolhas que tomamos? Que substrato fundamental
tem a palavra decisiva? Quanto de medo intercede na sentença da razão? São
perguntas que insistem, martelam minha mente, embora nenhuma tenha o condão de
apontar o melhor caminho. Somos nossas escolhas; ser é escolher... é
escolher-se! Liberdade, ou prisão?
Não tenho amigos aqui. Eu sabia (ou imaginava) que não seria
fácil para um “estrangeiro”, no amplo sentido da palavra, surgir, meio que do
nada, e assumir controles. E mesmo que eu não seja o tipo de pessoa portadora
de “verdades absolutas”, eu gosto de provocar reações, gosto de mudar, de
descobrir talentos encobertos. Isso, em estruturas cristalizadas, costuma
provocar instabilidades. Consequentemente, retaguardas. Eis o conceito-chave:
esta é uma cidade de retaguardas!
Sem amigos e sem paciência para procurá-los (talvez pela
certeza, ou quase certeza de não encontrar), restam minhas viagens ao interior
de mim, além da entrega total ao meu trabalho. É minha escolha. Algo como um
sabático do meu pessoal/emocional. Exercício exploratório da minha capacidade
de me bastar. É a escolha certa? Aliás, existe isso de “escolha certa”?
PS: Pensamento que me surgiu - sei lá de onde (rs) - enquanto
escrevia esse texto: será que temos, efetivamente, a faculdade plena de
escolher entre esse ou aquele caminho? Estamos inteiramente livres para
escolher entre fazer ou não fazer certas coisas? Complicou! Melhor deixar pra outro dia…