Eu tinha os meus projetos; e nada, nenhum, em que constasse o
desprezar uma chance, fechar uma porta. O que fiz? Dissipei, desconstrui. Como
me sinto? Do lado de fora; mais uma vez entre os perdidos, entre os que apenas
estão à distância. Ainda vivo, no entanto...
Pontos Relevantes:
a) Sou irascível. Especialmente quando tenho meu orgulho
ferido.
b) E não é fácil aceitar isso!
c) Ao contrário do que supunha, sou impulsivo. (*)
d) E não é fácil aceitar isso!
e) Arrependimento. Vem rápido, mas demora muito pra se
esvair.
f) A menos que eu peça perdão...
g) A menos que eu seja perdoado...
h) A menos que...
i) Não é fácil agir assim!
(*) Em dúvida até que ponto o item c) decorre sempre e
somente do a)
Observação: se eu já vivi uma história “encantada”, isso não
significa que toda nova história deva ser necessariamente assim. Até que ponto
eu, incrustado e tendo uma visão (parcial, convenhamos!) padronizada de como as
coisas “devem” ser, simplesmente não soube lidar quando confrontado com um
reverso?
Fatos:
a) Soube que ele sofreu para além do que eu possa imaginar. Um
amigo da banda foi me procurar e - nem sei como - ouvi o que ele tinha a dizer.
Se for verdade (importa agora?), eu cometi a maior injustiça da minha vida!
b) E como é difícil conviver com isso!
c) Poucas coisas me fazem sorrir por aqui. Uma delas era a
presença dele. Mais que isso: nunca, em toda a minha vida (aí incluso a tal
história encantada), eu senti que alguém tocou tão profundamente e direto a minha
alma, como quando ele cantava fixando, por seu olhar, cada palavra, diretamente
em mim!
d) E isso, sei, eu perdi. Joguei fora! Troquei pelo vazio.
e) É tão difícil...
No horizonte uma chance de nova mudança. Quem sabe o rigor
de um inverno não me faça desprender de onde estou!