terça-feira, 1 de maio de 2018

Driving Through My Heart


A conclusão é bem simples: eu não sei estar sozinho! Pelo menos agora, ou melhor dito, quando estou amando alguém. É como se o meu amor exigisse a presença física cotidiana. É como se, pra ser completo, tem-se que existir não apenas os grandes momentos, mas – e talvez principalmente – os pequenos, os da simplicidade, os que, comumente, confundem-se como sendo as “bobagens da vida”. E que de bobagem tem é nada, pois eles são o cimento que une os tijolos de uma relação amorosa. Assim é como sinto o amor.

Nos últimos 2 meses estivemos juntos poucos dias, alguns pares de dias, entre uma e outra viagem dele. Meu lado racional (esse bandido imperdoável, rs) entende e apoia: a carreira dele está voando cada vez mais alto. E tem os vários festivais de primavera, e esse país imenso... 10 dias ali, depois mais 5 acolá... vem pra casa... 1, 2 dias, e recomeça o ciclo. Sábado chegou depois do almoço e domingo lá eu estava o levando pro aeroporto. E os tijolos acabam ficando sem liga. Será que estou pensando errado?

Além do mais (falo por mim) acho que fica mais fácil, nesse ínterim, que qualquer um de nós possa cometer – com o perdão da palavra, rs – alguma cagada! Não sei se confio em mim próprio o bastante para estar sozinho e não “deslizar”. E o mais difícil dos difíceis: se acontecesse, tenho certeza, contaríamos um ao outro. Tão complicado ficar ansioso pelo toque do corpo de alguém! Mas não um contato fugaz. Porém, essa fugacidade de um contato pode ser traiçoeira! Daí, do nada... acho que vocês entendem.

Talvez (e é só uma hipótese) ele tenha, de alguma forma, pressentido esse “futuro da gente” e, por isso mesmo, tenha declinado do meu convite para cimentar um lar doce lar. Acho que estou na crise da meia idade...

Canta pra mim, Eddie.

… But it’s late and I am rambling
And I swear that this’ll be the final time
I gave you all I had to give
Now give me just this little piece of mind…


5 comentários:

  1. Seja mais leve meu caro! Permita-se! Viva o presente com intensidade pois o futuro ainda estar por vir no seu devido tempo.

    Beijão

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  2. Eu disse para você não menosprezar a você mesmo, não disse? Eu disse....Eu disse...Você escutou? Não.......rsrsrs
    Quem quer casa de tijolos não se contenta com palhoça......
    Se a palhoça estiver minimamente a contento continue nela, mas DEIXE CLARO que você almeja uma casa de tijolos cimentados!!!!!

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  3. Outra coisa: Qual o problema em "não saber ficar sozinho?" Você coloca a maior das necessidades humanas como se fosse um defeito seu .... Será? Você sempre pareceu ser um homem que gosta de contato ( e teve um relacionamento lindo onde o contato - corporal, afetivo, intelectual - foi a tônica de uma felicidade bela, ainda que interrompida pela finitude do Zeca). O meu ponto aqui não é você ser radical e ameaçar um relacionamento que até onde vejo também é belo. Meu ponto aqui é perguntar até onde você está traindo ( uma traição bem maior do que uma possível traição genital ) a si mesmo. Não existe problema algum você querer uma casa de tijolos cimentados, como não existe problema algum em seu namorado não estar preparado para isso ( dada as demais necessidades pessoais dele ). Só não se esqueça de deixar claro para ele que se você está tentando respeitar essas necessidades pessoais dele, ele também precisa respeitar as suas necessidades em um relacionamento ou no futuro esse "sacrifício" pode se tornar fonte de um grande ressentimento. É conversando que se chega em um acordo, velejador..... Nesse barco não existe um único timoneiro.....São dois e os dois devem estar de acordo onde fica o o NORTE de ambos!
    beijos fraternais

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    1. Você disse e eu ouvi (rs). Eu sempre presto atenção ao que você escreve, pode acreditar. Eu penso o seguinte sobre o amor (correndo o risco de ser brega): acredito que antes de me sentir feliz eu tenho que ter certeza que ele é feliz. Na relação, ou a felicidade é uma via de mão dupla, ou não funciona. Sei que ele é feliz no que faz, no modo como a carreira dele está se desenvolvendo, bem como quando ele está comigo. Logo, respeito demais essa situação.

      Quando estive fora por mais de um ano, foram várias as vezes que ele foi ao meu encontro. Certo que, agora, não consigo fazer o mesmo e ele entende. Então, penso que devo deixar tudo fluir e em hipótese alguma “cobrar” dele algo que, em algum ponto futuro, seja motivo de ressentimento da parte de ambos. Resumo: ele conhece bem o meu modo de pensar e, penso eu, tentará algum tipo de “conciliação” entre nossas vidas.

      Obrigado por seus comentários... abração.

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    2. Eu é que agradeço pela sua paciência comigo. Geralmente prefiro uma posição de silêncio ( aprendi com meus mestres a não falar quando não sou perguntado...rs), mas você é um caso especial demais para ficar na quietude segura.

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