A vida é isso: romper-se, decididamente, os limites. Limites
do medo, limites da razão, limites do querer. Rompemos o ar, rompemos a luz,
rompemos as formas e os conteúdos, rompemos a alma, expondo os sentidos
dos corpos! Certeza sem enganos. Descontinuidades que se interpõem e se mesclam
e se fundem e se ultrapassam. Além, muito além de tudo; dos sonhos, das noites,
de tudo... de tudo o que existe: olhos, ouvidos, nariz, língua, cor, som, sabor,
cheiro, tato. Eu percorro seu corpo, você percorre o meu. Meticulosamente.
O desejo que nos lança fora de nós, para bem longe desse “nós”
que conhecemos (conhecemos?). O desejo que se realiza e nos arrasta, ao mesmo
tempo em que nos reata à vida, por ele excedida. Momento único
(espetacular/maravilhoso!) esse do desejo perceber a ruptura dos limites! Na
posse (por que não?!) de um pelo outro; de um sobre o outro, pelo outro,
através da beleza dos sentidos. Posse, doação, fúria e doçura. Como é doce a
sua pele! Quente sua boca, seus contornos, seu desfalecimento em mim e por mim!
Respiramos. A minha e a sua respiração, uma só, um mesmo ritmo.
Roucos sussurros, murmúrios, batidas do meu coração e do seu. Redemoinhos de ventos,
palavras sem sentido (e haveria necessidade de sentido?). Pulsar de
sangue e de ar através dos pulmões, da pele, que se ruboriza. Explosão. Deslizo
em você e você em mim. E o toque agora é de veludo, quente, manso, caminhos
percorridos pelas conchas de nossas mãos. Você é meu, eu sou seu e, agora, o
tempo, que se detém...
Seja muito...MUITO feliz!
ResponderExcluirEu de cá estou muito....MUITO felizpor você!
Uma ruptura afinal. Uma ruptura que lhe permitirá viver e ser feliz. Permitirá a você e a outrem. Amém e que assim seja.
ResponderExcluirBravíssimo!
Beijo grande aos dois!
Um adendo: Este texto misto de magia e sensualidade diz, com magnífica eloquência, como a vida pode ser vivida de forma plena, apesar de todos os percalços que ela nos trás.
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